Trair é o ato de ser infiel, descumprir o compromisso com o outro. Isso causa indecisão e desprezo, fazendo com que muitas vezes não tem volta este erro. Acaba-se esquecendo, entretanto, que se trai de forma sorrateira e mansa e, ao final, termina-se pedindo perdão para dentro de si, como diz a música Mil Perdões de Chico Buarque: “te perdoo por te trair”.
Atende-se, contudo, para um aspecto ilógico: quando se toma a decisão de permanecer com o outro. Como a personagem de Julia Roberts no filme Closer (Mike Nichols), em que a protagonista Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa que se divorciou recentemente. Ela conhece um romancista, Dan (Jude Law), mas se casa com Larry (Clive Owen). O escritor mantém um caso secreto com Anna, mesmo após ter se casado também.
“Naquele instante inebriante traímos não por desejar o outro, mas por não conseguirmos, em algumas etapas de nossas vidas, entender que o amante é apenas um reflexo de nós mesmos. Aliás, é daí que surgem as falsas verdades: do prazer extasiante de fazermos qualquer coisa para estar com o outro”, explica a psicóloga Adriana Souza.
Outro filme que retrata traições é a trama japonesa de Arika Kurosawa, Rashomon. A história gira em torno de três personagens principais, um casal e um homem; um diz ter estuprado a mulher e prendido o marido para vê-los fazendo o ato, o outro diz que a mulher pediu para ter relações com o homem desconhecido e teria pedido para matar seu marido, além de outro homem que relata sua extrema vergonha em saber que sua mulher havia se deitado com outro.
As histórias são contadas totalmente por olhares japoneses, ou seja, de acordo com sua cultura, que até hoje é preservada, o filme mostra o assunto prezando sempre a honra e dignidade nos relacionamentos.
A psicóloga Carolina Mocelin, relata a influência da mídia e do cinema no imaginário de pessoas que tendem à trair. “A mídia exagera algumas vezes e mostra uma inversão de valores como algo normal, banalizado. Tratam de modo exacerbado fatos que ocorrem no cotidiano de algumas pessoas, como é o caso da traição. Por carência destes ensinamentos familiares, desorientações psíquicas ou até mesmo sem motivo algum, pessoas que tendem a trair tornam-se influenciáveis, e buscam, no cinema e na televisão, como aprender modos com seus personagens, que se tornam seus referenciais, a fim de formar a sua identidade”, conclui.
Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Karen Okuyama
Edição: Rafaela Bez e Leticia Duarte
Imagem: Divulgação
matéria bacana. não poderia estar na cineacademia?
ResponderExcluirrevisar pontuação.
obs - "sorrateira e mansa..." hehe
ah, é bom variar tb o tipo de fonte.
ResponderExcluirvcs tem duas psicólogas. isso só se justifica se o que elas declaram for divergente e vcs trabalharem com isso.