30 de abril de 2013

Jackie Brown de Quentin Tarantino, por Expressio Motus Produções



A Expressio Motus Produções teve a difícil tarefa de fazer a reprodução (idêntica) da cena de um filme escolhido pela Agência. Nosso diretor escolhido foi Quentin Tarantino e nossa trama escolhida e reproduzida foi uma cena do filme Jackie Brown.

A PRODUÇÃO - Primeiro pensamos em fazer uma cena de Kill Bill II, mas seria extremamente difícil conseguir os elementos de cena e até mesmo gravá-la, já que a sequência dos planos exige alta técnica e manuseio de câmera. Então, em seguida, pensamos na famosa cena da dança, de Pulp Fiction, mas como encontrar uma atriz tão semelhante e incrível como Uma Thurman, para interpretar Mia Wallace? Sem contar no belíssimo cenário, impossível de reproduzir.

Enfim, em discussões com nossa orientadora, a mesma sugeriu algo mais simples e direto, como algo do filme Cães de Aluguel, mas a cena que pensamos em fazer, nós não conseguiríamos reunir oito pessoas, no mesmo lugar e na mesma hora.

Por fim, escolhemos  o filme Jackie Brown e, para quem ainda não assistiu, a cena selecionada é a que Ordell (Samuel L. Jackson) tenta convencer o Beaumont (Chris Tucker) a entrar no porta-malas de seu carro para supostamente 'assustar' possíveis compradores coreanos que estão fazendo um negócio com Ordell, mas Beaumont, não quer entrar no porta-malas de maneira alguma.


Enfim, estamos no amadorismo cinematográfico e, ao final, esse foi o nosso resultado. Confira a cena reproduzida pela Agência Expressio Motus.




Intérpretes: Marcos Garcia (como Ordell) e Renan Araújo (como Beaumont)
Direção: Harianna Stukio
Produção: Rafaela Bez e Marcos Garcia
Edição: Leticia Duarte e Karen Okuyama
Direção de Fotografia: Valquíria Jablinski
Apoios técnicos: Diogo Nunes

21 de abril de 2013

O impacto educacional do cinema na infância

O conceito de infância se tornou presente a partir da idade moderna, quando a criança passou a ser vista como um ser social, de respeito, com suas características e necessidades. Um ser pleno em construção da sua identidade, cabendo para isto a intervenção pedagógica para conhecer e construí-la de forma lúdica e criativa, pois é assim que a criança se conhece e se constrói. Vale-se ressaltar que ser criança e ter infância são situações diferentes. Segundo a educação pedagógica, a infância acontece somente quando a criança é tratada como um ser de direitos.

A televisão, os desenhos animados e os filmes tendem a construir o imaginário da criança, focando em aspectos ilusórios e fantasiosos, como Conto de Fadas e Super-heróis. Mas afinal, por que são estes os temas retratados nas imagens cinematográficas? Qual é o objetivo central de se fazer um filme focado no ilusório?

Marta Pego, pesquisadora na área de produção cênica e co-formadora da oficina de produção audiovisual e animação infantil do Ponto de Cultura, diz que o cinema é feito como algo educativo e “bonito”, para que as crianças recebam uma formação pronta e já “mastigada”, impedindo elas de utilizar a reflexão. “As animações mais educativas são pouco vistas pela maioria da população infantil, pois elas exigem um pouco mais de atenção para o que está sendo transmitido, além de competir com as grandes produções de animação comercial, que chegam à maioria dos cinemas”, ressalta.

Personagem principal do filme The Lorax

Pego também cita a falta de incentivo para que as crianças tenham acesso a outras produções, que possam mostrar outras possibilidades de reflexão, além do próprio processo de produção cinematográfico. “A educação de se 'fazer cinema' também é importante, pois desde a criação de um roteiro até a produção e construção do produto, tudo deve ser previamente pesquisado e analisado, sempre se questionando: isto é de grande formação ao público infantil?”, diz. Ainda segundo ela, um novo olhar sobre a produção do cinema, faria com que as crianças também tivessem um novo olhar sob o que está sendo ofertado.

A Agência Expressio Motus entrevistou 20 crianças, de 05 à 09 anos, de ambos os sexos, entre os dias 14 e 19 de abril . Quando questionadas sobre o que mais desejariam ser, levando em consideração filmes já assistidos, constatou-se que as crianças tendem à assistir filmes que possuem grande poder publicitário e de grande influência internacional, como as grandes produções da Walt Disney Studios e DreamWorks Animation, e que 95% delas referem-se à filmes de fantasia. Os resultados apresentados foram que, de 10 meninos entrevistados, oito desejariam ser algum super-herói, como Batman e Homem-Aranha, e outros dois desejariam ser personagens de filmes de ação. Já entre as meninas o resultado foi mais evidente. De 10 garotas entrevistadas, nove gostariam de ser princesas modernas, que ganham roupas, sapatos, objetos de consumo pessoal e tem o seu 'final feliz' . Apenas uma desejou ser uma heroína para combater o mal.

Olisia Neves Lopes, mãe de um menino, de seis anos, cita que seu filho era fissurado em filmes de super-heróis modernos e tramas de ação. Ao perceber o comportamento violento e imperativo da criança, a mãe começou a analisar sua programação. “Percebi que ele assistia filmes violentos e sem grandes reflexões. A partir desse momento, troquei o método, mostrando pra ele filmes mais educativos”, diz. Segundo Olisia, uma das primeiras animações indicadas ao filho foi o filme “MIAU”, de Lothar Barke, a qual conta a breve história de um gato, que bebia apenas leite, como um gato comum, mas ao ser induzido a beber refrigerante, torna-se viciado na bebida. “Além de ser um filme extremamente lúdico, a reflexão que é encaminhada junto ao filme é de grande ênfase. No início ele não entendeu muito bem, mas após assistir diversas vezes junto comigo, ele passou a gostar do filme e também a indicá-lo aos colegas”, conta.

Segundo a pedagoga e pesquisadora na área de educação e imprensa pedagógica, Talita Giovana da Silva, há filmes para diferentes faixas etárias e cada filme pode desenvolver diferentes reações na criança. “Um filme ideal deve conter aspectos que ajudem na formação psicológica, social e cidadã da criança, apresentando aspectos ecológicos, boas maneiras, cuidar do próximo, relações familiares e educação alimentar”, ressalta. Um bom exemplo é o filme "The Lorax", de Chris Renaud e Kyle Balda, que trabalha a questão ecológica de uma maneira lúdica e ao mesmo tempo educativa.

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Leticia Duarte
Edição: Rafaela Bez
Fotos: Divulgação

19 de abril de 2013

O retrato da traição

Trair é o ato de ser infiel, descumprir o compromisso com o outro. Isso causa indecisão e desprezo, fazendo com que muitas vezes não tem volta este erro. Acaba-se esquecendo, entretanto, que se trai de forma sorrateira e mansa e, ao final, termina-se pedindo perdão para dentro de si, como diz a música Mil Perdões de Chico Buarque: “te perdoo por te trair”.


Cena de Closer, quando os dois traídos se encontram na boate
Atende-se, contudo, para um aspecto ilógico: quando se toma a decisão de permanecer com o outro. Como a personagem de Julia Roberts no filme Closer (Mike Nichols), em que a protagonista Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa que se divorciou recentemente. Ela conhece um romancista, Dan (Jude Law), mas se casa com Larry (Clive Owen). O escritor mantém um caso secreto com Anna, mesmo após ter se casado também.

“Naquele instante inebriante traímos não por desejar o outro, mas por não conseguirmos, em algumas etapas de nossas vidas, entender que o amante é apenas um reflexo de nós mesmos. Aliás, é daí que surgem as falsas verdades: do prazer extasiante de fazermos qualquer coisa para estar com o outro”, explica a psicóloga Adriana Souza.

Outro filme que retrata traições é a trama japonesa de Arika Kurosawa, Rashomon. A história gira em torno de três personagens principais, um casal e um homem; um diz ter estuprado a mulher e prendido o marido para vê-los fazendo o ato, o outro diz que a mulher pediu para ter relações com o homem desconhecido e teria pedido para matar seu marido, além de outro homem que relata sua extrema vergonha em saber que sua mulher havia se deitado com outro. 

Cena de Rashomon que a mulher pede ao ladrão para ela fugir junto com ele 
As histórias são contadas totalmente por olhares japoneses, ou seja, de acordo com sua cultura, que até hoje é preservada, o filme mostra o assunto prezando sempre a honra e dignidade nos relacionamentos.

A psicóloga Carolina Mocelin, relata a influência da mídia e do cinema no imaginário de pessoas que tendem à trair. “A mídia exagera algumas vezes e mostra uma inversão de valores como algo normal, banalizado. Tratam de modo exacerbado fatos que ocorrem no cotidiano de algumas pessoas, como é o caso da traição. Por carência destes ensinamentos familiares, desorientações psíquicas ou até mesmo sem motivo algum, pessoas que tendem a trair tornam-se influenciáveis, e buscam, no cinema e na televisão, como aprender modos com seus personagens, que se tornam seus referenciais, a fim de formar a sua identidade”, conclui.

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Karen Okuyama
Edição: Rafaela Bez e Leticia Duarte
Imagem: Divulgação

4 de abril de 2013

A influência cinematográfica sobre o jovem

A trilogia de Christopher Nolan foi um sucesso de bilheteria em todo mundo, com os filmes, Batman Begins (2005), The Dark Knight (2008) e The Dark Knight Rises (2012). Conhecido no Brasil como Batman – O Cavalheiro das Trevas, o final da trilogia ficou marcado com o ataque que chocou o mundo. No dia 20 de julho de 2012, em uma sessão lotada do filme, na cidade de Denver, estado do Colorado, um jovem mascarado invadiu a sala de cinema e atirou contra os espectadores, durante a exibição do filme, deixando 12 mortos e 40 feridos. O estudante de medicina, James Holmes, de apenas 24 anos, entrou vestido de "Coringa" durante uma sessão lotada, e segundo especialistas, estava emocionalmente transtornado, chegando a acreditar que era o próprio personagem da ficção.

Ministério Público dos EUA pedirá pena de morte para James Holmes
Outro jovem de 21 anos, Christopher Sides, também foi a um cinema vestido de “Coringa”, mas foi logo preso, por motivos avulsos a este. O fato ocorreu em Melbourne, Flórida, apenas dois meses após o ocorrido em Denver. 

Esta influência que o cinema possui sobre os jovens não é um problema contemporâneo, muito pelo contrário. Jovens, crianças e adolescente já possuem propensões a serem mais facilmente influenciados por fatores externos à seus costumes, seja pela televisão, cinema, mídia, internet ou círculos de amigos. Por estarem em construção de caráter, os jovens muitas vezes acabam tomando certas atitudes que não correspondem a sua personalidade, para ser aceito a algum círculo social. “O cinema pode até influenciar em alguma atitude do jovem, mas não será unicamente responsável por atitudes extremas, como um sujeito que entra num cinema e sai atirando, por exemplo. Se o indivíduo teve uma educação "boa", será capaz de interpretar as situações demonstradas no cinema como ficção”, ressalta a psicóloga Maria Tereza Saciotti.

O filme ganhou o prêmio "Audience Award" na categoria de Drama
É evidente que nem todas as influências são negativas. A bailarina de 19 anos, Flavia Pereira, conta que o filme “Happy Thank You More Please” (2010, Josh Radnor), filme que conta a história de Sam Wexler (Josh Radnor), escritor nova-yorkino, que encontra um garoto perdido e o leva para a casa, a partir deste ponto, o desenrolar do roteiro leva a trama a varias direções e, sempre frisa que você deve a ser feliz todos os dias, sempre repetindo as palavras: "Feliz, obrigado. Mais por favor". “O filme leva você a sempre procurar o lado bom da vida, e desde que o assisti, no começo de 2011, adquiri o hábito de sempre repetir esta frase, principalmente em dias não tão bacanas”, conta Flavia, que desde muito pequena sempre teve o hábito de assistir a vários filmes, influenciada por sua mãe, fã de filmes drama, suspense e policial.

Veja também a primeira parte da matéria, produzida por Rafaela Bez. 

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Harianna Stukio
Edição: Leticia Duarte
Imagem: Divulgação