28 de março de 2013

Bullying: sofrimentos ocultos traduzidos em imagens

“Bullying não está relacionado à raiva. Não é um conflito a ser resolvido, tem a ver com desprezo – um forte sentimento de desgostar de alguém considerado como sem valor, inferior ou não merecedor de respeito. Este desprezo vem acompanhado por três aparentes vantagens psicológicas que permite que se machuque os outros sem sentir empatia, compaixão ou vergonha: um sentimento de poder, de que se tem o direito de ferir ou controlar outros; uma intolerância à diferença; e uma liberdade de excluir, barrar, isolar e segregar outros” (The Bully, the Bullied and the Bystander, CARDOSO, Barbara)

O filme "Elephant" de 2003 ganhou um Palma de Ouro 
Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados individualmente ou por um grupo de pessoas.  No cinema, existem diversos filmes que falam sobre bullying, a maioria mostra de forma trágica e até mesmo de forma engraçada o assunto. Segundo especialistas, muitos filmes são sobre algum jovem que sofre bullying dentro da escola e acaba se vingando do seu agressor de alguma forma. O estereotipo desse adolescente é de uma pessoa considerada “estranha”, que tem problemas em fazer amigos e sofre algum tipo de problema pessoal ou familiar.

A psicóloga Flávia Sabóia acredita que esses filmes acabam influenciando na formação do jovem. “Os adolescentes ainda estão em um processo de formação de sua personalidade. Eles ainda buscam referências, “ídolos” para se espelharem ou se identificar. Os filmes para adolescentes muitas vezes mostram escolas onde as garotas e os garotos mais populares agem de forma cruel com os demais, e isso é uma forma de demonstrar que os que são bem sucedidos ou mais populares na escola têm esse tipo de comportamento,” cita Flávia.

Alguns exemplos de filmes em que retratam esse dilema nas escolas são:Evil – Raízes do Mal (Mikael Håfström, 2003) e Bully – Juventude Violenta (Larry Clark, 2001) .  No primeiro filme, o “valentão” que após ser expulso do colégio que frequentava se vê no lugar das pessoas que sofrem bulliynge, após entrar em uma nova escola e ser zoado pelos veteranos. Já o segundo filme é mais trágico e mostra um agressor que abusava de outros, seu melhor amigo não aguentando mais o ver abusando dos colegas, acaba fazendo o mesmo com ele, e o espanca até a morte.

Poster de divulgação de "Te Pego Lá Fora" (1987)
A adolescente e estudante Jacqueline Patzsch, conta que apesar de nunca ter sofrido bullying, conhece pessoas que sofreram. “Tenho amigos que passaram por isso. Em especial uma amiga minha já compartilhou essas experiências comigo. Ela me contou que por causa do bullying que sofria na escola, ela se isolou completamente. Não tinha amigos, passava o tempo todo sozinha. Por causa disso, ela odiava ir à escola.” Geralmente, pessoas que sofrem bulliyng, sofrem caladas. “Alguns sinais e sintomas que caracterizam os alvos de bullying são: distúrbio de sono, transtornos alimentares, isolamento social, tentativa de suicídio, agressividade, depressão, aversão a ir à escola, entre outros”, relata a psicóloga.

O bullying não está só representado no cinema, mas também em diversas séries televisivas. “O cinema é um meio muito importante de disseminação de valores e consolidação de personalidade. Portanto no que se trata do bullying, o cinema pode ajudar tratando do assunto de forma responsável, mostrando as consequências para quem pratica e para quem sofre bullying. Incentivando comportamentos de aceitação, respeito, educação para com as pessoas que convivemos,” indaga a psicóloga.

VEJA TAMBÉM: filmes que falam sobre bullying - Elefante (Gus Van Sant, 2003), Como Estrelas Na Terra (Aamir Khan, 2007), Bang, Bang! Você Morreu! (Guy Ferland, 2002), Cuidado com Meu Guarda-Costas (Tony Bill, 1980) e Meu Nome é Taylor, Drillbit Taylor (Steven Bill, 2008).





Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Leticia Duarte

Edição: Rafaela Bez
Imagens: Divulgação 


22 de março de 2013

Cinema e esporte: Uma relação comercial e de grande influência cultural.

Duas linguagens de grande apoio e acompanhamento de massa, cinema e o esporte também caminharam juntos durante o século XX, ajudando a construir a cultura em escala mundial. Além dos seus conhecidos espaços de projeção (salas de cinema, estádios ou arenas esportivas) ambos foram incorporados a mídia por atingirem um grande número de pessoas dos mais diferentes níveis sociais. Como resultado desta grande exposição, os dois canais se beneficiaram e cresceram significativamente. O cinema conseguiu retratar a vida de esportistas ou de modalidades de forma emocionante e real, gerando lucro e aumentando sua audiência, enquanto o esporte, além de oferecer o material para a criação de histórias, também se beneficiou ao conseguir levar a regra e a tradição de vários estilos aos públicos mais leigos ou com vontade de aprender.
Jesse Owens ganhou quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1936 em Berlim
Desde os anos 70, com maior frequência e importância, cinema e esporte vem ocupando um grande espaço em programas televisivos e também possuem seções especiais em jornais ou revistas de grande circulação, levando ao tratamento de atores, atrizes, diretores e atletas como grandes celebridades de grande influência mundial. E é aí que o grande espetáculo cinematográfico toma lugar, ajudando a criar ou consolidar um ídolo ou um esporte na cultura atual, como já conseguiu realizar antigamente. A ideia é que a poesia da competição, muito mais importante e significativa do que o resultado final, seja representada na grande tela, em forma de drama, e consiga passar uma outra imagem dos "artistas" que fazem o espetáculo dentro das arenas ou estádios. A partir das primeiras olimpíadas foi percebida a conexão entre os dois mundos, reunindo imagens que ficaram para a história graças ao contexto social que a competição envolvia. Foi exatamente esse o caso dos jogos olímpicos de 1936, disputados em uma Berlim tomada pela ideologia nazista e com Adolf Hitler no poder. As imagens divulgadas mundialmente de atletas negros e norte-americanos ganhando a maioria das medalhas na presença do Fuhrer mostrou que o fator político era muito maior do que os prêmios individuais e deu o primeiro empurrão para que autores e produtores focassem no esporte como objeto temático para longas metragens mais elaborados. Produções como Ali (2001), Jamaica abaixa de zero (1993), Reis de Dogtown (2005), GOL! (2005), Menina de Ouro (2004), Rocky Balboa (1976), Boleiros (1998), Hooligans (2005) entre outros, tratam de ídolos do esporte ou da própria modalidade de um forma diferente, mais profunda, analisando fatores da personalidade dos esportistas e suas histórias de vida, além do folclore que envolve os estilos abordados, além de citar temas polêmicos como o preconceito contra as mulheres e negros e a violência entre grupos rivais de torcidas diferentes, agradando não só quem já gosta e acompanha o esporte, mas também quem quer conhecer ainda mais quem são os principais nomes e as principais histórias que envolvem aquele cenário.

"Hooligans" (2005) mostra uma realidade violenta que existe nas torcidas
Para o estudante de jornalismo e fã de esportes Paulo Semicek, 19, o cinema ajuda a construir uma imagem positiva do esportista, mas tudo depende do seu papel na modalidade escolhida. "acho que o filme mais ressalta os feitos do esportista do que o projeta. O cinema, em especial o hollywoodiano, prefere as histórias conhecidas, pois elas já carregam uma certa popularidade, além da maior facilidade na produção, distribuição, orçamento, etc. Acho que o filme apenas reafirma a importância do ídolo, ou torna evidente um esportista que andava esquecido, ou não era conhecido por alguns segmentos da sociedade." Como exemplo de dois filmes que tratam do assunto de uma forma diferenciada, o estudante cita duas produções recentes. "Dos "filmes de esporte", gosto muito de "Invictus" e o documentário "Senna". Embora sejam de segmentos diferentes, ambos não focam apenas no fato esportivo, mas no que ele envolve e representa." finaliza. Já para o também estudante de jornalismo e fã de cinema Marcio Kaviski, 19, a relação dos fãs com o esportista ou o esporte usado na obra cinematográfica é o que garante o sucesso, pelo menos financeiro, do filme. "O esporte é uma área que atrai bastante gente. Geralmente esse tipo de filme retrata um ídolo já conhecido ou uma história muito presente no imaginário das pessoas que gostam do gênero, facilitando o sucesso das histórias". Grande apreciador dos documentários que tratam do tema, Marcio cita alguns deles como os seus preferidos no estilo. "Com certeza os documentários Pelé Eterno e The Gatekeepers e os filmes de ficção Maldito Futebol Clube e Gol são os que mais me chamaram atenção", completa.

Mais do que grandes máquinas comerciais e de apelo social, cinema e esporte são responsáveis por parte de uma formação cultural do mundo pós-moderno, fazem parte diariamente da vida das pessoas e não devem ser levados apenas em função do caráter de entretenimento que ambos possuem, mas como grandes ferramentas que podem influenciar decisões e valores de uma sociedade tão ligada à cultura de massa como a atual.

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Marcos Garcia
Edição: Leticia Duarte
Imagens: Divulgação 

20 de março de 2013

Moda e cinema: a influência que vai das imagens à personalidade

Segundo a definição do dicionário moda significa: Uso passageiro que regula de acordo com o gosto do momento, a forma de viver, de se vestir. Costume, vontade. Costumes esses que não só influenciam, como também são influenciados por fatores externos, como a arte, a cultura, e o cinema. “Esse jogo de influências entre cinema, moda e costumes não pode ser observado separadamente dos muitos acontecimentos sócio-políticos, por momentos forjados, por momentos sendo apenas um fluxo, margeando fatos cotidianos, levantando questões de diversas ordens. Sobre a moda influenciar o cinema e vice versa: o limite das influências é tênue, dificultando uma resposta límpida”, diz a professora de figurino da Faculdade de Artes do Paraná – FAP, Amabilis de Jesus.
Audrey faleceu em 1993 aos 63 anos

Ainda dentro dos fatores que levam as influencias, outras manifestações devem ser levadas em consideração, tais como a formação do espectador, suas preferências, sua bagagem cultural e o meio em que ele está inserido. Quem nos diz isso é a socióloga e educadora popular do CEFURIA, Ana Inês de Souza, quando indagada sobre a influencia que o cinema e a moda atuam sobre as pessoas. “Depende dos espectadores, sua formação, visão de mundo, capacidade de análise crítica, autonomia intelectual. Da mesma forma que depende do filme, que mensagens ele transmite (explícita ou subliminarmente), seus objetivos, interesses de quem os financia. Não existe arte neutra, assim como não existe espectador neutro”.

O cinema, desde o seu início sempre desenvolveu o fascínio sobre quem o assistia. Filhos da mesma terra, o cinema e a moda estão ligados diretamente desde os seus primórdios, mas a partir da década de 30 com a indústria Hollywoodiana em alta, as informações obre a moda vinda de Paris estavam cada vez mais demoradas e, devido a isso, sua influência em Hollywood ficou cada vez mais defasada e fez com que Paris deixasse de ser referência em moda “cinematográfica”, focando-se apenas em cinema. Por exemplo, se em Paris a moda fosse o uso da saia plissada, até um filme ser gravado e lançado em Hollywood, talvez a moda já fosse outra, o que deixava tudo com um ar muito velho e ultrapassado. 


Dessa forma, os papéis se inverteram e ao invés da moda parisiense interferir no cinema hollywoodiano, o cinema é que começou a interferir na moda. "A demora nas negociações entre o cinema hollywoodiano e as tendências da moda parisiense por vezes ocasionava defasagem, pois até que o filme fosse apresentado ao público a moda já tinha sido superada”, conta a Professora Amabilis, ressaltando ainda que para contornar este atraso do cinema em relação a moda, foi montada uma equipe de estilistas* para garantir a qualidade e originalidade nas criações. Alguns nomes de estilistas mais importantes desta época são Travis Banton e Edith Head (Paramount), Orry Kelly (Warner Brothers) e Adrian (MGM), que figuraram os mais importantes nomes do cinema, além de estabelecer parâmetros da moda.


Hellen Albuquerque possui coleções de roupas que lembro o estilo de Audrey

Camila Teixeira, coordenadora do curso de desenho industrial – design de moda da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), diz que vários filmes e personagens emblemáticos influenciaram não só a moda, como também o comportamento das pessoas. “Filmes como Sex and the City, e os vários filmes de Audrey Hepburn, como Sabrina e Bonequina de Luxo, influenciaram várias gerações”, cita. Como é o exemplo da estudante de Jornalismo, Hellen Albuquerque, que até os dias de hoje se inspira na eterna bonequinha de luxo. Com aproximadamente 70% de seu guarda-roupa inspirado na atriz, Hellen não segue apenas o visual, mas também o comportamento. “Eu me inspiro muito no estilo dela. Não só como ícone, mas como pessoa. A Audrey viveu durante a Segunda Guerra Mundial e sempre foi engajada politicamente, além de ativista. Ela não só me influencia na moda como também me formou como pessoa”.

*No cinema parisiense quem ditava moda eram os estilistas, já no cinema holliwoodiano, são os figurinistas, geralmente cineastas.

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Harianna Stukio
Edição: Rafaela Bez e Leticia Duarte
Imagem: Isabela Bandeira e Divulgação

14 de março de 2013

Análise e entrevista: a representação da juventude no cinema hollywoodiano

"Imagine um jovem. Um jovem brasileiro, estudante, totalmente integrado com as novidades culturais, sempre acompanhado de muitos amigos, principal mediador de novas crenças e hábitos dentro de seu grupo familiar, uma pessoa que olha para o mundo em que vive de um jeito crítico e provocador. A grande maioria de nós, certamente, consegue construir esta imagem com muita facilidade, já que é assim, de certa forma, que concebemos a juventude. É fácil, é familiar, porque todos já fomos jovens um dia, se ainda não o somos. Agora, experimente contextualizar este mesmo jovem em momentos diferentes, nos anos 1970, nos anos 1980, nos anos 2000. Será que podemos falar de uma juventude? Mais ainda: é possível atribuir a estas juventudes o mesmo valor simbólico? Para compreender a juventude, é preciso que ela seja contextualizada e textualizada." 
(PEREIRA; ROCHA; PEREIRA, 2009, p. 5).

Segundo sociólogos, atualmente o mundo vive grandes mudanças e transformações, principalmente em âmbito social, mercadológico e educacional. A miscigenação de culturas não é mais oculta como nos anos 50. Vivemos hoje a "Era das Juventudes”, de diferentes classes sociais e econômicas, crenças culturais e personalidades.


Cena do filme "Aos Treze", após uma das protagonistas usar drogas (Crack) 
Mas, afinal, como o cinema retrata a vida e o cotidiano da juventude? Tomemos como exemplo alguns filmes clássicos norte-americanos.
O filme "Juventude Transviada" (Nicholas Ray, 1955) mostra a história de um jovem norte-americano que toma rumos errados na vida e por consequência, seus pais o acobertam mudando de cidade a cada ação inadequada do rapaz. Além disso há também um romance na trama.

Já nos anos 2000 temos o clássico "Aos treze" (Catherine Hardwicke, 2003), que conta a vida de uma garota de 13 anos que sofre grande crise, abordando temas intensos como relações sexuais entre adolescentes, o uso de substâncias ilícitas, infrações, agressões e automutilação.

Atualmente temos o filme Projeto X (Nima Nourizadeh, 2012) que mostra três alunos do último ano do colegial tentando deixar o anonimato. A festa que eles fazem com o intuito de comemorar o aniversário de Thomas, acaba tomando proporções extremas e se torna a melhor festa do ano. 

Os filmes citados mostram uma juventude padronizada, importada de um modelo da indústria cultural: busca da independência, da libido e de atitudes inconsequentes.
James Dean, o ator era considerado um ícone cultural  

Expressio Motus Produções entrevistou ao cineasta e supervisor do curso de cinema do Centro Europeu, Fernando Severo, aonde ele cita os moldes e padrões que a juventude é representada no cinema, principalmente o hollywoodiano.

Expressio Motus: Como a juventude geralmente é retratada no cinema? Os estereótipos envolvendo uma determinada cultura juvenil são frequentes?

Fernando Severo: Com raras exceções, o cinema trabalha há décadas com estereótipos sobre o conceito de juventude, atualizando a temática de acordo com as tendências comportamentais de cada época. Conflitos geracionais, angústias existenciais, confusões amorosas e o espírito aventureiro juvenil recebem novas roupagens mas na essência são representados da mesma maneira.

E. M: A juventude "copia" seus astros e estrelas cinematográficos?

Fernando: Esse é um período de afirmação perante a sociedade e desejo de diferenciação em relação às gerações anteriores, por isso ídolos representativos desses comportamentos tendem a ser idolatrados.


E. M: Para a maioria do cinema, existe um "padrão" de juventude? Qual é esse padrão?


Fernando: O padrão de representação da juventude mais comum no cinema une inexperiência, irresponsabilidade, inquietação e inconformismo.



Cena do filme "Projeto X", este foi o primeiro filme de longa-metragem do diretor Nima Nourizadeh

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Rafaela Bez
Edição: Leticia Duarte
Imagens: Reprodução

11 de março de 2013

Conheça Oz, The Great and Powerfull!

A Disney lança no mês de março mais uma superprodução, desta vez dirigida por Sam Raimi (Triologia Homem-Aranha). “Oz: mágico e poderoso” é o novo filme da companhia e as expectativas são grandes. O filme tem como produtor, Joe Roth, que fez “Alice no País das Maravilhas” e “Branca de Neve e o Caçador”.

Além de contar com uma equipe técnica de primeira, “Oz: mágico e poderoso”, o filme possui no seu elenco atores que estão no auge de suas carreiras. Interpretando Oscar Diggs, temos James Franco, além de Mila Kunis com o papel de Theodora, uma bruxa indecisa que quer paz na cidade de Oz e também Rachel Weisz e Michelle Williams, como Evanora e Glinda, respectivamente, representando as outras duas bruxas do filme. O produtor Joe Roth conta que durante a escolha dos atores que interpretariam os personagens, ele já tinha uma idéia de como queria cada um. Eu achei que devíamos procurar um elenco jovem e de ponta”, conta.
Mila Kunis (Theodora) e James Franco (Oscar Diggs) 
A história

A história do filme é baseada no livro de L. Frank Baum, “O Mágico de Oz” (The Wonderful Wizard of Oz). Baum nunca revelou o passado do feiticeiro e Raimi quis contar essa história.  “Esta é a história de como o mágico se tornou o mágico”, revela.  No filme, Oscar Diggs (James Franco), é o mágico de um circo itinerante no meio-oeste do Kansas que é atraído para a Terra de Oz. Oscar se encontra no meio de uma crise na Terra de Oz, e se depara no meio de uma briga entre três bruxas e seu dever é trazer a paz para a Terra de Oz, por que acredita-se que ele é o Mágico que salvará a cidade da bruxa má.  

Essa não é a primeira vez que a Disney faz uma produção cinematográfica que “foge” da história mais conhecida, neste filme, por exemplo, não se conta a história de Dorothy e sim a do tão famoso Mágico que Dorothy procura. Outro exemplo é o de Alice no País das Maravilhas, Tim Burton fugiu um pouco da história original para dar mais emoção à história do filme. Ambos os filmes foram produzidos por Joe Roth.  Para a montagem dos cenários, a maioria foi realmente feito, nem tudo efeito gráfico.  “Para mim era importante ter muitos cenários para os atores. Eu realmente queria que eles tivessem algo para tocar e ver o que era real”, acrescenta Sam Raimi. “Havia uma Estrada de Tijolos Amarelos de verdade e meu castelo era como um conto de fadas. Estava bem diante dos meus olhos, então eu não precisei imaginar o que havia ao meu redor. Sam e Robert (desenhista de produção) se esforçaram muito para fazer com que os atores se sentissem à vontade nesses lugares”, conta a atriz Michelle Williams (Glinda).

China Girl e Finley, personagens que ajudam Oz durante o filme
O elenco de apoio é diferenciado entre os Winkies, guardas da Cidade das Esmeraldas que tem mais de 2,50 metros de altura; os Quadlings, habitantes compostos por fazendeiros; os Tinkers, idosos extremamente inteligentes que conseguem construir qualquer coisa e os Munchkins, pessoas pequenas que estão sempre cantando e são ótimos em fazer belas roupas.  Esses grupos são extremamente importantes para o enredo do filme. 

O filme foi gravado com câmeras 3D, o que deixa o produto final com uma realidade extrema, mistura de comédia, aventura e até mesmo uma certa dose de suspense. A trama destaca os efeitos gráficos extremamente realistas e é uma boa dica para quem quer se divertir.

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Leticia Duarte
Edição: Rafaela Bez 
Fotos: Divulgação

7 de março de 2013

Era uma vez, o início do cinema

O cinema foi inventado no fim do século XIX, inicialmente visto apenas como um auditório provido de uma tela onde se projetam as imagens por meio do aparelho cinematográfico. É um meio de expressão onde há uma relação imagem-movimento, que pode servir ao desenvolvimento de uma história, de ordem narrativa, psicológica, filosófica, política e social. O cinema é um dos veículos mais poderosos de propaganda, sendo esta direta ou sub-reptícia.
May Irwin e Jhon Rice em O Beijo (1896)
Até 1927, o cinema era mudo. Mas isso não quer dizer necessariamente que não havia sons. Apenas não havia a fala dos personagens. Eles sempre utilizavam uma música de fundo, geralmente uma orquestra. Hollywood lançou o primeiro filme falado, The Jazz Singer (O Cantor de Jazz).


A Invenção da fotografia preparou o caminho para que o cinema viesse com as imagens fixadas em filme. Em 1832, o físico belga Joseph Plateau realizou a “recomposição” do movimento em aparelho que chamou de henakistoscope.

Os franceses dizem que os inventores foram os irmãos Louis e Auguste Lumière. Eles fizeram a primeira exibição pública de “fotografia animada”, no dia 28 de dezembro de 1895. Já para os americanos, a glória da invenção é de Edison, que antes de Lumière, fez alguns espetáculos em fita para seu kinetoscope. Neste ano, Lumière exibiu gratuitamente um programa iniciado com Sortiedes usines Lumière (Saída das Fábricas de Lumière). Ficou lotada a primeira plateia com 35 pessoas.

Em 1913 é que se avivam as linhas de evolução do cinema, com o aparecimento de Cabiria, obra de Pastrone e com a colaboração de Gabrielle D’Annunzio. Durante a I Guerra Mundial, nos EUA houve uma expansão extraordinária do cinema, com Mack Sennett, Chaplin, Thomas H. Ince e Cecil b. Demille. O cinema americano deixou de ser dono do mercado mundial ao terminar a guerra. Mas ao mesmo tempo, outros cinemas como o da Suécia também se notabilizaram, com os diretores Victor Sjostrom e Mauritz Stiller.

Após um grande período industrial e artístico, em 1945, quando acaba a II Guerra Mundial, surge o movimento neo-realista com "Roma, cidade aberta", de Roberto Rossellini. Também vieram a ser notados depois da reabertura dos Festivais de Veneza e Cannes, o cinema do México, pela dupla Emilio Fernéndez – Gabriel Figueroa (Maria Candelária, A Pérola), e do Japão, este com Akira Kurosawa, KenjiMizoguchi e Teinosuke Kinugasa.


Em sequência, uma série de fotografias de um dos pioneiros da cinematografia, Eadweard Muybridge (1887)

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Karen Okuyama
Edição: Harianna Stukio e Marcos Garcia 
Revisão: Leticia Duarte e Rafaela Bez
Fotos: Divulgação