28 de junho de 2013

Curta “Luiza” – Expressio Motus Produções


Durante o mês de junho, a equipe da Expressio Motus Produções produziu o curta metragem "Luiza", que leva traços do Expressionismo Alemão, movimento da década de 20.

Em nossa produção, procuramos usar algumas características do movimento, como: o uso de sombra e luz, uma história não-linear e cortes secos que remetem ao Expressionismo. Usamos também o preto e branco como traço do movimento.

Diferente da reprodução que fizemos do filme ‘Jackie Brown’ de Quentin Tarantino, durante as gravações do curta percebemos a facilidade que é trabalhar com um roteiro pronto. Nossa maior dificuldade, no entanto, foi em qual seria o enredo do nosso projeto. No fim, escolhemos contar a história de uma jovem durante uma crise de existência que ao poucos vai se lembrando de coisas que aconteceram no seu passado e acaba fundindo presente, passado e futuro, em um roteiro intrigante e não-linear. 

Confira o nosso curta:



15 de junho de 2013

Novo filme de Sofia Coppola tem temática baseada em fatos reais



Filha do aclamado diretor Francis Ford e prima do ator Nicolas Cage, Sofia Coppola tinha tudo para ser apenas conhecida por seus parentes famosos, mas a jovem diretora, de apenas 42 anos, mostrou sua cara, a excelência do seu trabalho e se tornou a primeira americana a ser indicada ao Oscar de melhor direção e a terceira mulher na história a ser indicada a esta premiação.

Com uma filmografia não tão extensa em números, Sofia é uma diretora autora que consegue tratar de temas atemporais em seus filmes, de maneira impactante e delicada, como é o exemplo da sua estreia no cinema, com o filme “The Virgins Suicides” (1999). Outros filmes da diretora são: “Lost in Translation” (2003), “Marie Antoinette” (2006), e “Somewhere” (2010).

A novidade para este ano fica por conta do longa “The Bling Ring”, que estreou dia 12 deste mês na França. Inspirado em fatos reais, o filme conta a história de um grupo de adolescentes obcecados pela fama que usam a internet para rastrear suas celebridades favoritas, como Paris Hilton, Rachel Bilson, Megan Fox, Audrina Patridge, Lindsay Lohan e Orlando Bloom, a fim de entrar em suas casas e roubá-los.

O grupo é composto por Rebecca (a líder, interpretada por Katie Chang), Marc (Israel Broussard), Nicki (Emma Watson), Sam (Taissa Farmiga) e Chloe (Claire Julien).

O filme foi considerado “o melhor filme de Coppola até hoje” segundo a revista inglesa ‘Little White Lies’. Com a participação de celebridades como Paris Hilton e Kirsten Dunst, o filme foi ovacionado em Cannes, um dos maiores festivais de cinema mundial, e muito elogiado pelos críticos. Seja pela fotografia, pelo atmosfera criada em cada personagem ou pela trilha sonora muito bem escolhido, "The Bling Ring" já é um sucesso.

Veja o trailer do filme e aguarde até que ele seja lançado no Brasil (ainda sem data prevista):




Aproveite também e confira o primeiro trabalho de Sofia como diretora de um videoclipe. A música é da banda White Stripes – I Just Don’t Know What To Do With Myself, com a participação da modelo Kate Moss.





Produção: Expressio Motus Produções 
Texto: Harianna Stukio 
Edição: Leticia Duarte 
Imagens: Divulgação

8 de junho de 2013

Ir ao cinema significa...

Em seus primórdios, o cinema foi considerado uma arte elitista e de alto valor cultural, pois pequena parcela da população frequentava assiduamente as salas para comtemplar a arte, já que seu custo era, muitas vezes, elevado, o que fazia com que quase que somente a alta classe pudesse usufruir das belas artes. Muitos admiravam o cinema pela bela criação, pelo bom roteiro e pela excelente fotografia, além de não esquecer, é claro, da inovação e curiosidade que este novo tipo de comunicação trazia consigo.

Com o passar dos anos, o cinema tornou-se mais popular e o acesso mais frequente fez com que as pessoas ficassem mais íntimas da arte, escolhendo, opinando, admirando ou até mesmo criticando o que se passava. Isso fez com que o ato de “ir ao cinema” mudasse seu foco e seus objetivos, como mostra uma pesquisa feita pela Agência Expressio Motus.

Através de uma enquete, entrevistamos seis pessoas frequentadoras assíduas de cinema. Três delas tem entre 40 e 55 anos, as outras três de 18 à 30 anos. Por meio de perguntas diretas, analisamos o que significa para estas pessoas, estar em frente à uma tela cinematográfica, assistir à um filme e qual a principal sensação ao realizar tal ato.

Um dos adultos, o empresário Ari Bonani (44), relata que a experiência de estar assistindo à um filme e prestar atenção em seus detalhes, cores e jogos de edição é o que deixa gratificante apreciar a trama. “Gosto de observar tudo, principalmente em filmes de drama e montagens realistas. As expressões dos atores, os olhares e a maneira com que o diretor deixou aquilo parecer real”, diz e, além disso, ressalva que a melhor maneira que ele conhece para estudar, se informar e aprender, é assistindo à filmes que absorvam conteúdo à sua bagagem. “Preciso saber mais sobre o sistema econômico do Brasil? Assisto à filmes. Muito melhor do que ler uma enciclopédia”. Contrariamente à ele, a arquiteta Alana Zamban destaca que assistir à um filme passa a ser um momento de relaxamento e entretenimento. “Assisto para relaxar, de preferencia algo descontraído e engraçado, nada que me deixe cada vez mais cheia de perguntas na cabeça”, diz.

Os outros entrevistados deram suas contribuições e o resultado constatado foi que os novos jovens estão cada vez mais assistindo à filmes para seu entretenimento, enquanto os adultos (levando em conta que todos tem uma cultura cinematográfica aguçada) assistem para sua interação no mundo social e da informação, também para divertimento, mas em grande maioria, para o aumento de sua bagagem cultural.

O cinema de massa, hoje, está cada vez mais voltado para o entretenimento, modelo esse que a população tem mais acesso, sendo que muitos filmes utilizáveis em salas de aula, estudos e discussões, não fazem parte da coleção da maioria das pessoas. O questionamento lançado é: o que significa ir ao cinema em sua visão? Porque você assiste à filmes?

E, afinal, o cinema passou de uma arte de encanto e busca de informações para um mero momento de descontração? 

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Rafaela Bez
Edição: Leticia Duarte
Imagens: Divulgação

1 de junho de 2013

Humor: origem do gênero, sua evolução e o uso politicamente correto

Gênero cinematográfico que surgiu junto a criação do cinema no fim do século XVIII, a comédia cinematográfica é, ao lado do drama, um dos mais importantes gêneros desta arte até os dias de hoje. O primeiro filme cômico, caracterizado pela utilização de brincadeiras e piadas, tanto verbais como visuais, foi a obra dos irmãos Lumiere "O Regador Regado" (1896), produzido com a ideia de divertir e fazer os telespectadores rirem através de imagens, já que o som ainda não era utilizado pelos cineastas da época. As sequências de cena eram sempre construídas abusando de perseguições, quedas, golpes e lutas físicas, além de situações embaraçosas. 


Influenciada pelo Vaudeville (gênero americano de entretenimento criado neste mesmo período) e pelo circo, o cinema mudo teve grande desenvolvimento no período entre a obra pioneira dos Irmãos Lumiere e o surgimento de Charles Chaplin, na primeira parte da década de 20. É neste momento que o cinema pastelão norte-americano é introduzido e, aos poucos, se desenvolve para uma construção mais lírica de personagens, característica marcante de Chaplin. O ator trabalhou na mesma época com 3 grandes nomes do cinema cômico (Harold Lloyd, Buster Keaton e Harry Langdon), que ajudaram a deixar a produção das comédias mais profissionais e criaram novos estilos de roteiro para os artistas. 

Sacha Baron Cohen como o Ditador (2012)
Com o surgimento do som junto as produções cinematográficas, poucos representantes do cinema mudo sobreviveram no mercado. Chaplin fez grande sucesso com o Grande Ditador, já na década de 40, mas após esta obra, sua receptividade já não foi mais a mesma aos longo dos anos. Com as mudanças que vinham acontecendo no mundo pós-guerra, o cinema de comédia também se modificou a partir dos anos 60. Enquanto o cinema americano experimentava a mistura de gêneros como o terror e o drama, relacionados ao humor, no Brasil as chanchadas e a inocência do homem do campo eram representados através deste gênero, o que ajudou a moldar o estilo de humor que se tem até o dia de hoje no país. Nos anos 80, com a glamourização das estrelas de Hollywood e os recursos de efeitos especiais, o humor se juntou também à ação, situação bastante clara em obras como "Um Tira da Pesada" (1984). Clássicos como "Curtindo a Vida Adoidado" (1986) abririam portas para a comédia focada na rotina no jovem de classe média americano, estilo que seria repetido na década de 90 e no início dos anos 2000, impulsionado pela popular franquia "American Pie" (1999). Os temas tratavam então cada vez mais dos questionamentos da juventude em escala mundial, abortando situações relacionadas a relações sexuais e uso de bebidas alcoólicas e drogas. 

A nova cara do humor dos anos 2000, também fez uso desse recurso, mas trouxe à tona uma discussão mais polêmica não só sobre as escolhas pessoais de cada indivíduo deste século, mas também criticando e forçando o debate dos espectadores em relação a temas polêmicos como política, direitos civis e religião. Influenciados pelo humor da televisão americana, nomes como Judd Apatow e mais recentemente Seth McFarlane (criador da série de sucesso "Family Guy", que usa o recurso do humor negro em sua composição) vem trazendo para as produções hollywoodianas uma visão diferenciada das relações sentimentais entre os seres humanos, indo contra as comédias românticas e mostrando que não há como ser um cidadão perfeito. A animação também sempre utilizou o recurso do humor em suas histórias e vem se desenvolvendo de forma mais madura nos últimos anos, deixando de ser uma exclusividade do público infantil.

Não há como falar do cinema de humor atual e relacioná-lo ao politicamente incorreto sem citar o grande nome do estilo, o britânico Sacha Baron Cohen. Formado em História pelo Universidade de Cambridge, Sacha construiu sua linha de pesquisa na faculdade baseada nas raízes dos preconceitos do mundo contemporâneo, assunto amplamente abordado em suas produções. Filmes como "Borat" (2007) , "Bruno" (2009) e "O Ditador" (2012) possuem uma roteirização focada em preconceitos e sátiras a forma como os americanos acompanham o resto do mundo. Além deste público, o ator também critica o consumismo desenfreado da sociedade contemporânea e aborda situações como a Xenofobia e o Homossexualismo, para abrir espaço para este tipo de discussão através do cinema.

Sobre os limites do humor no cinema e a forma como ele deve ser abordado, Sacha concedeu entrevista ao Jornal Zero Hora em 2012 e comentou o assunto. "O importante é deixar claro que se está pregando a liberdade. Vivemos em um mundo com medo, todo mundo teme sair às ruas, interagir com as pessoas. O humor tem de refletir este medo. É claro que há algo de respeitoso que deve se manter, mas quando é necessário para provocar discussões sobre este estado de medo que está impregnado em todos nós, sobre este jeito de viver na contemporaneidade, com tantas invasões no âmbito pessoal, aí se pode ir além." finalizou. 

Fica bem clara através desta evolução do gênero apresentada aqui, que o humor, independente do seu foco, sempre terá o poder de entreter um grande número de pessoas. Forçar uma discussão mais ampla em relação a assuntos que algumas vezes são preteridos e o mais importante de tudo: fazer os fãs de cinema rirem.




Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Marcos Vinicius Garcia
Edição: Rafaela Bez
Imagens: Divulgação