23 de agosto de 2013

O cinema de ação e guerra de uma forma que você ainda não conhece

Ao longo da história da humanidade foi necessário o uso da batalha física como forma de dominação de povos, conquista de territórios, busca por supremacia e também por intolerância religiosa. Não há como negar que as guerras, nos mais variados pontos terrestres, ajudaram a construir culturas e definir a sociedade como a vemos atualmente, se transformando em fator de estudo e observação para algumas áreas da educação mundial e também em tema para criações artísticas, as mais importantes delas, ligadas ao cinema. Como a história das grandes guerras é muito mais antiga que a arte cinematográfica, era mais do que esperado que desde sua criação, a sétima arte utilizasse desse recurso para a criação de alguns de seus melhores roteiros. Caracteriza-se como cinema de guerra não só aquele que conta a história das grandes batalhas militares, mas também o cinema focado em cenas de ação e em histórias épicas, aonde geralmente podemos acompanhar a trajetória de um herói que tem sua vida retratada na grande tela. Nas produções americanas, as mais recorrentes do estilo, há também o uso propagandístico do discurso patriota, exaltando as
“Apocalipse Now” de 1979, foi rodado na época de ouro do cinema de guerra
forças armadas do país e reforçando a ideia de que a vida militar ainda vale a pena para o jovem americano.

Independente da intenção por trás das produções no estilo, é inegável que ele cresceu muito rapidamente desde seu início e ganhou respeito entre os críticos e importância financeira, deixando de ser um espaço para uma sequência infinita de explosões e mortes e se tornando um espaço de reflexão em torno da violência que uma guerra causa, além dos motivos que as iniciam. “Apocalipse Now” de 1979, é um dos principais clássicos do estilo e foi rodado na época de ouro do cinema de guerra. Conduzido com maestria pelo premiado diretor Francis Ford Coppola, a obra mistura grandiosas sequências de ação, novidades para a época, com os questionamentos que cercavam os cidadãos americanos em relação a necessidade da guerra do Vietnã e suas conseqüências. Com 202 minutos de duração, indicação de melhor filme e Oscar para edição e Som, a produção abriu caminho para outras
Em 1999, Roberto Benigni, de "A vida é bela" venceu o de melhor ator
grande obras do estilo, como Platoon (1986), O Resgate do Soldado Ryan (1998), Pearl Harbor (2001) e Cartas de Iwo Jima (2006), todos dirigidos por nomes importantes da história do cinema (Oliver Stone, Michael Bay e Clint Eastwood, respectivamente). 

Mas engana-se quem classifica o estilo como limitado em termos de roteiro. Ao longo dos anos, o cinema conseguiu humanizar os personagens dos filmes de guerra e algumas produções começaram a utilizar este enredo como plano de fundo para o desenvolvimento dramático de histórias de superação ou até mesmo românticas. Os exemplos mais conhecidos são A Lista de Schindler (1993), A Vida é Bela (1997), O Pianista (2002) e Forrest Gump (1994). Todos eles buscam na guerra o recurso de identificação mais óbvio para o espectador, mas, durante suas construções acabam desviando do tema para contar a história de um personagem e como a guerra consegue afetar a sua vida e a dos outros ao seu redor.

Guerra ao Terror, desencadeada pelos EUA a partir dos ataques de 11 de setembro
Além dos recursos de roteiro, as inovações tecnológicas deram uma nova cara aos filmes de ação e guerra, cada vez mais utilizando o efeito especial como uma forma para enriquecer e engrandecer as produções atuais. Apesar da novidade, é importante que o fator lúdico que ajudou a consolidar o estilo durante a história do cinema não se perca em meio a tanta tecnologia. Argo (2012) e Guerra Ao Terror (2008), possuem características atuais somadas ao tradicional estilo dos primórdios, debatendo outro assunto que também é recorrente nos filmes do gênero: a política internacional. Com sucesso único, a sétima arte conseguiu transformar um assunto sério e que já causou tanta tragédia para a humanidade em tema para a construção de histórias emocionantes e que questionavam o ser humano e suas ações em sociedade, garantindo a função de grande mediador das discussões culturais em grande escala e formador de opinião, que o cinema sempre teve. 

Produção: Expressio Motus Produções
Texto: Marcos Marcia
Edição: Rafaela Bez
Imagens: Divulgação



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